Justiça absolve acusado de tráfico após teste de escrita inconclusivo em caderno com anotações de drogas
Os advogados João Carlos Vieira e Tércio Almeida atuaram na defesa de Leandro Arquivo pessoal e Reprodução A Justiça de Santos, no litoral de São Paulo, a...
Os advogados João Carlos Vieira e Tércio Almeida atuaram na defesa de Leandro Arquivo pessoal e Reprodução A Justiça de Santos, no litoral de São Paulo, absolveu Leandro Matheus Rodrigues da Silva, de 22 anos, do crime de tráfico de drogas por falta de provas. Ele havia sido detido em março deste ano durante uma ação da Polícia Civil, quando foram apreendidos um caderno com anotações financeiras e cerca de 1,6 kg de entorpecentes. O jovem alegou ser usuário e disse que os objetos pertenciam a dois traficantes que fugiram da abordagem. A decisão da 3ª Vara Criminal considerou contradições nos depoimentos dos três investigadores envolvidos. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Na ocasião, um trio foi abordado em área de tráfico; dois suspeitos conseguiram escapar e Leandro acabou preso. Os policiais atribuíram toda a droga encontrada em sacolas a ele, que contou só estar no local para comprar maconha. A juíza Carla Milhomens destacou que os policiais apresentaram versões diferentes sobre onde as drogas estavam — parte disse que estavam com o réu, outra que estavam em sacolas e mochilas abandonadas. Leandro negou ter relação com esses objetos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A defesa solicitou exame toxicológico e teste grafotécnico (de escrita) para comprovar que ele não tinha envolvimento. Os resultados apontaram dependência química de canabinoides e foram inconclusivos quanto à autoria das anotações no caderno. Também foi considerado que não houve flagrante de venda de drogas. “Dessa forma, não houve prova sobre onde, exatamente, foram encontradas as drogas, se na mochila ou em sacolas, e consequentemente, também não há comprovação da posse ou propriedade”, disse a juíza. Com isso, Leandro foi absolvido em primeira instância e teve alvará de soltura expedido na quarta-feira (17). Ele estava preso no Centro de Detenção Provisória de São Vicente. Ao g1, o advogado Tércio Almeida Neves, que atuou junto com João Carlos Vieira, disse que ficaram evidentes as fragilidades do caso, as inconsistências da acusação e a ausência de provas seguras para sustentar uma condenação. O Ministério Público recorreu da decisão, alegando que há prova material abundante e depoimentos policiais harmônicos sobre a posse e destinação mercantil das drogas. Para o MP, a absolvição se baseou em análise excessivamente formalista da prova oral, dando peso desproporcional às divergências sobre o recipiente em que os entorpecentes foram encontrados. Caderno com anotações do tráfico foi apreendido em Santos, SP Reprodução VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos